Este mês na história - resumo de fevereiro de 2022

“House of Cards”, criado por Beau Willimon, estreou todos os episódios da primeira temporada na Netflix neste dia da história em 2013. Willimon adaptou a ideia a partir da minissérie homônima da BBC de 1990, que se concentrava na política do Reino Unido. A Media Rights Capital comprou os direitos de “House of Cards” e apresentou a ideia às redes, incluindo Showtime e HBO. Ainda assim, a Netflix deu o lance mais alto, afirmando que os dados que tinha sobre seus telespectadores tornavam esse tipo de enredo, elenco e equipe uma combinação perfeita para sua própria programação original. Willimon foi contratado por sua capacidade de capturar a essência da política de Washington, D.C., tendo sido assessor dos senadores Chuck Schumer e Hillary Clinton. Ele também foi o showrunner nas primeiras quatro temporadas. A série foi a primeira série original exclusivamente online a ser indicada para os principais prêmios do Emmy, incluindo Melhor Série Dramática e outros. A última temporada foi produzida sem o ator principal Kevin Spacey, após alegações de má conduta sexual.

“A Doce Vida” estreou neste dia da história em 1960, e atualmente é considerado um dos melhores filmes já feitos. Mas seus roteiristas não seguiram a estrutura tradicional de três ou cinco atos, jogando pela janela a sabedoria convencional de que os roteiristas deveriam seguir esse estrito conjunto de regras. Escrito por Federico Fellini, Ennio Flaiano e Tullio Pinella, o filme acompanha um paparazzo durante sete dias em Roma e seus casos com várias mulheres. São sete “episódios”, além de um prólogo e epílogo. Alguns críticos não gostaram da estrutura (ou da falta dela), mas o filme foi um grande sucesso de bilheteria. Ele ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 1960, além do Oscar de Melhor Figurino.

“A General” estreou neste dia na história em 1927. O filme de comédia muda foi escrito por Buster Keaton, que também o codirigiu e estrelou, e Clyde Bruckman, Al Boasberg e Charles Henry Smith. Keaton se inspirou na verdadeira história da Grande Caça Locomotiva, que ocorreu durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, e ele também era fascinado por trens. Entre os trens, o número de figurantes, os cenários elaborados e os vários acidentes que ocorreram durante a produção, o orçamento do filme chegou a US$ 750 mil, o que era extremo para a época. Nem os críticos, nem o público gostaram do filme naquela época, chegando a chamá-lo de fracasso. Quase um século depois, porém, os espectadores mudaram de tom, e agora ele é considerado um clássico do final da era do cinema mudo.

Charlie Chaplin escreveu, produziu, dirigiu e estrelou “O Garoto”, um filme de comédia dramática muda que estreou neste dia na história em 1921. Ele foi o segundo filme de maior bilheteria daquele ano, e está preservado no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. Os especialistas dizem que é uma das obras mais pessoais de Chaplin, a qual combina de forma brilhante comédia e drama enquanto a história de uma criança abandonada e seu pai adotivo se desenrola. O filho primogênito de Chaplin morreu apenas dez dias antes do início da produção de “O Garoto”. O prefácio do filme diz: “Um filme com um sorriso — e talvez, uma lágrima.”

Ted Sears, Otto Englander, Webb Smith, William Cottrell, Joseph Sabo, Erdman Penner e Aurelius Battaglia participaram da adaptação da Disney de “Pinóquio”, baseada no romance infantil italiano de Carlo Collodi. O filme estreou neste dia da história em 1940, e foi o segundo longa de animação da Disney, após o sucesso de “Branca de Neve e os Sete Anões”. Embora seja atualmente considerado um dos melhores filmes de animação já produzidos devido aos seus efeitos de animação realistas e inovadores, o filme inicialmente fracassou. A Segunda Guerra Mundial havia cortado a distribuição nos mercados estrangeiros à época. Ele finalmente deu lucro quando foi relançado cinco anos depois.

O roteirista Paul Schrader escreveu o roteiro de “Taxi Driver – Motorista de Táxi”, que estreou neste dia na história em 1976. Até hoje, os especialistas consideram o filme um dos melhores já feitos, por sua história convincente e sua capacidade de suspender os espectadores em um estado de sonho. Roger Ebert disse em uma entrevista que foi um dos melhores filmes que ele já viu. O thriller psicológico é centrado em Travis Bickle, um veterano de guerra que faz um turno noturno de táxi para lidar com sua insônia e a crescente insanidade. Ele planeja matar um candidato à presidência e o cafetão de uma prostituta adolescente. Parte da história foi baseada na própria batalha de Schrader contra a insônia, enquanto vivia na cidade de Nova York, e nos diários de Arthur Bremer. Ele atirou no candidato presidencial George Wallace no início dos anos 70. A direção ficou a cargo de Martin Scorsese.

A tragicomédia alemã ”Adeus, Lênin!” estreou neste dia na história em 2003, escrito por Bernd Lichtenberg e Wolfgang Becker, com créditos de colaboração para Achim von Borries, Henk Handloegten e Chris Silber. A premissa do filme se passa na Alemanha Oriental, onde um filho tenta proteger sua mãe do choque da queda do Muro de Berlim, já que ela estava em coma quando isso aconteceu. Um dos temas do filme era a “Ostalgie”, que é uma nostalgia sentida por alguns pela maneira como as coisas eram na Alemanha Oriental antes de tudo mudar. O filme ganhou o prêmio de melhor filme no European Film Awards e German Film Awards, além de dezenas de outras conquistas e indicações.

Paul Schrader e seu irmão Leonard escreveram o roteiro de “Vivendo na Corda Bamba”, que estreou neste dia na história em 1978. O filme também marcou a estreia de Paul na direção. O drama policial acompanha três trabalhadores da indústria automobilística que encenam um assalto na sede do sindicato, e faz uma crítica mais ampla aos sindicatos e à vida como membro da classe trabalhadora no Cinturão da Ferrugem nos EUA.

O filme de faroeste “No Tempo das Diligências” foi adaptado pelo roteirista Dudley Nichols a partir de um conto de Ernest Haycox chamado “The Stage to Lordsburg”. O diretor John Ford comprou os direitos do conto depois de lê-lo pela primeira vez na Collier’s Magazine, mas disse que também ficou inspirado por elementos de outro conto chamado “Boule de Suif”, de Guy de Maupassant. O filme acompanha um grupo de desconhecidos em um passeio de diligência por um território perigoso. Ele foi selecionado para preservação no Registro Nacional de Filmes dos EUA, mas também foi criticado por sua representação negativa dos nativos americanos.

Alain-Michel Blanc e Radu Mihaileanu escreveram o roteiro do drama francês “Um Herói do Nosso Tempo”, que estreou neste dia da história em 2005. O filme, sobre um menino cristão etíope que finge ser judeu etíope para emigrar para Israel, obteve um ótimo desempenho no circuito de festivais, ganhando o Prêmio do Público de filme internacional no Vancouver Film Fest, além de ficar em segundo colocado no Toronto Film Fest for People's Choice. E também ganhou o prêmio de melhor roteiro original nos César Awards e o prêmio do público mundial no Lumières Awards.

Fatih Akin escreveu e dirigiu o drama alemão-turco “Contra a Parede”, que estreou neste dia da história em 2004. O filme recebe esse nome desde o início da história, onde o protagonista intencionalmente dirige seu carro contra uma parede. Segue-se uma dramática história de amor, que os críticos consideram um retrato provocativo de imigrantes que estão presos entre os valores tradicionais e modernos. “Contra a Parede” ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme no 54º Festival Internacional de Cinema de Berlim, bem como Melhor Filme e Prêmio do Público no European Film Awards.

“Oito e meio” estreou neste dia na história em 1963. O filme italiano, inicialmente esboçado por Federico Fellini e escrito por Fellini, Tullio Pinelli, Ennio Flaiano e Brunello Rondi, ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino no Oscar daquele ano. A história conta sobre um diretor que se depara com bloqueios criativos e suas tentativas de superá-los. A vida imitou a arte nesta história, com Fellini quase abandonando o projeto porque sentiu que “perdeu seu filme”, mas, mais tarde, isso inspirou sua ideia de fazer do personagem principal um diretor de cinema. Até então, ele vinha tendo dificuldades a respeito de qual tipo de pessoa criativa o personagem principal seria.

O drama musical “Cabaret” estreou com ótimas críticas neste dia da história em 1972. Jay Presson Allen escreveu o roteiro, baseado vagamente no musical homônimo da Broadway. O diretor Bob Fosse não gostou do roteiro de Allen, então, contratou Hugh Wheeler para revisá-lo e torná-lo mais fiel à história original, pouco antes do início da produção. Wheeler recebe crédito como “consultor de pesquisa” do filme. No final das contas, o filme foi significativamente distinto da peça da Broadway, mas ainda assim foi um sucesso imediato. Os críticos disseram que ele não seguia os clichês dos musicais típicos. Em seguida, ele ganhou dez indicações ao Oscar, levando oito delas.

Ted Tally adaptou o romance de Thomas Harris “O Silêncio dos Inocentes” para criar a versão cinematográfica que conhecemos hoje. Ela estreou no Dia dos Namorados de 1991 e gradualmente obteve grande sucesso e aclamação. Tally disse que ficou chocado com a rapidez com que a produção do filme começou depois que o diretor Jonathan Demme leu o roteiro. “Nós nos conhecemos em maio de 1989, e estávamos filmando em novembro”, disse ele. “Não me lembro de ter havido nenhuma revisão grande.”

O drama psicológico de 2005 “Paradise Now” estreou neste dia da história. Ele foi escrito e dirigido por Hany Abu-Assad, e coescrito por Bero Beyer e Pierre Hodgson. Foi o primeiro filme palestino a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A história fala sobre dois amigos, que também são homens-bomba, preparando-se para um ataque em Israel. Abu-Assad disse que queria humanizar uma questão muito complicada e afirmou que ele próprio poderia ter se tornado um homem-bomba se tivesse sido criado em territórios palestinos, em vez de em Nazaré. Ele disse que espera que o filme ajude os espectadores a reconhecer que os palestinos merecem liberdade e igualdade. O filme ganhou a categoria Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e Melhor Roteiro no European Film Awards.

“O Cara” nem sempre foi tão popular entre os críticos de cinema como é hoje. Ethan e Joel Coen foram inspirados pelo escritor de ficção policial Raymond Chandler enquanto escreviam “O Grande Lebowski”, uma comédia policial que estreou neste dia da história em 1998. O filme não foi bem nas bilheterias, mas desde então se tornou um clássico cult e inspirou um spin-off de 2020 chamado “The Jesus Rolls”, de autoria de John Turturro, que está programado para ser lançado este mês.

“La Jetée” é um curta-metragem de ficção científica francês criado por Chris Marker. O filme de 28 minutos é feito a partir de fotos estáticas e segue um experimento pós-guerra nuclear em viagem no tempo. O filme não tem diálogo, mas é narrado. Posteriormente, os criativos citaram o filme como inspiração para seus projetos, incluindo o filme de Terry Gilliam “Os Doze Macacos”, o vídeo de David Bowie para “Jump They Say” e o filme mexicano de 2007 “Year of the Nail”.

O cineasta sueco Ingmar Bergman escreveu e dirigiu “O Sétimo Selo”, uma fantasia histórica que estreou neste dia em 1957. A história é baseada na peça de Bergman, “Wood Painting”, sobre um cavaleiro que joga xadrez com a Morte personificada. O filme colocou Bergman no mapa como um diretor respeitado e agora é considerado um dos grandes do cinema mundial. Ele teria escrito o roteiro enquanto estava hospitalizado por problemas de estômago, o qual foi rejeitado. Ele escreveu mais cinco rascunhos antes de receber sinal verde para fazer o filme com um orçamento estrito de US$ 150.000 para 35 dias. O Vaticano incluiu o filme em sua lista de 45 grandes filmes, por causa de seus temas bíblicos.

“La Roue”, que significa “A Roda” em francês, estreou neste dia na história em 1923. O filme mudo foi escrito, dirigido e produzido por Abel Gance, um pioneiro do cinema que era mais conhecido por seu uso de montagens. “La Roue” não foi diferente, utilizando efeitos de iluminação inovadores e mudanças rápidas de cena. A história acompanha um engenheiro ferroviário e seu filho, ambos apaixonados pela filha adotiva do engenheiro, e os desastres que se seguiram. O filme original tem algo entre sete e nove horas de duração, embora muitas versões tenham sido feitas para reduzir sua duração. A versão de sete horas foi restaurada em 2019 e exibida no Lumière Film Festival.

“The Crowd” estreou neste dia em 1928. Ele foi indicado para vários prêmios no primeiro Oscar em 1929, e também foi um dos primeiros filmes a ser preservado no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. King Vidor escreveu e dirigiu o longa-metragem mudo, com a ajuda de John V.A. Weaver, que conta sobre as esperanças e sonhos de um casal comum tentando ganhar a vida na cidade de Nova York. Os executivos do estúdio sentiram que o assunto era muito sombrio e forçaram Vidor a inventar vários finais diferentes. Os cinemas poderiam então escolher a versão que gostariam de exibir, mas Vidor disse que eles raramente optavam por mostrar o final feliz.

H. H. Wells escreveu o roteiro de ”Daqui a Cem Anos”, que estreou neste dia em 1936. O filme de ficção científica em preto e branco se passa no futuro, após uma segunda guerra mundial, de 1940 a 2036, embora o roteiro de Wells tenha terminado no ano de 2054 DC. Seu roteiro foi baseado em vários de seus trabalhos anteriores sobre “possibilidades” sociais e políticas. Havia várias versões do filme com durações variadas, mas o tratamento original do filme e o roteiro foram posteriormente publicados em formato de livro, para que o público pudesse ler a versão não truncada.

O cineasta espanhol Luis Buñuel nasceu neste dia há 120 anos. A obra de Buñuel foi considerada poética e costuma ser associada ao movimento surrealista dos anos 20, embora ele tenha experimentado outros caminhos ao longo de sua carreira. Os cineastas dizem que você sempre pode reconhecer um filme de Buñuel. Ele era conhecido por ser extremamente preciso, planejando previamente suas tomadas e edições para que nenhuma tomada fosse desperdiçada e o tempo necessário para rodar um filme fosse mínimo. Buñuel tem sete filmes na lista dos 250 melhores filmes de todos os tempos da Sight & Sound.

Robert Riskin escreveu o roteiro da comédia romântica “Aconteceu Naquela Noite”, que estreou neste dia em 1934. A história acompanha uma herdeira que tenta fugir de sua família com a ajuda de um homem que acaba por ser um repórter de jornal em busca de uma história. O filme é uma das últimas comédias românticas feitas antes da implementação do Código de Hays, que censurou pesadamente histórias que a Motion Picture Producers and Distributors of America considerava inaceitáveis e moralmente questionáveis. Ele é um dos únicos três filmes a ganhar os cinco principais prêmios do Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado, e foi o primeiro a fazê-lo.

O musical de bastidores “Rua 42” estreou neste dia em 1933, escrito por Rian James e James Seymour, com música e letra de Harry Warren e Al Dubin, respectivamente. O American Film Institute o lista entre os melhores musicais já feitos. O filme é chamado de musical de bastidores porque apresenta o drama dos bastidores de um show de palco, com intervalos ocasionais para números musicais. “Rua 42” conta a história de uma atriz que sofre uma lesão e é substituída por uma atriz desconhecida mais jovem que rouba o show. Embora não tenha vencido, ele foi indicado para o Oscar de Melhor Filme.

Charlies Chaplin retratou seu personagem “O Vagabundo” pela última vez em seu filme “Tempos Modernos”, que estreou neste dia na história em 1936. Chaplin escreveu e dirigiu a comédia, que inicialmente seria seu primeiro “filme falado”. Ele até mesmo escreveu diálogos para o roteiro e brincou com algumas cenas sonoras, mas, no final das contas, decidiu remover a maior parte do diálogo e optar por um filme mudo. Ele disse que sentia que o apelo de “O Vagabundo” se perderia se ele falasse.

A comédia maluca “As Três Noites de Eva”, escrita e dirigida por Preston Sturges, estreou neste dia na história em 1941. Ela se baseia em uma história de 19 páginas de Monckton Hoffe sobre um estranho casal que se encontra em um transatlântico. Sturges teve desentendimentos sobre o roteiro com o produtor do filme a princípio, que disse a Sturges que os primeiros dois terços do roteiro precisariam ser totalmente reescritos. Mas Sturges se manteve firme, e o produtor cedeu. Posteriormente, os censores do Código de Hays fariam Sturges reescrever partes do roteiro por causa do aparente caso de amor entre os dois personagens principais que o escritório considerava carentes de valores morais.

As experiências da vida real dos roteiristas Carl Mayer e Hans Janowitz inspiraram o filme alemão de terror mudo “O Gabinete do Dr. Caligari”, que estreou neste dia na história em 1920. A história é centrada em um hipnotizador que usa um sonâmbulo para cometer assassinatos. Ainda assim, alguns especialistas dizem que a história é um símbolo do governo de guerra alemão e sua capacidade de condicionar os soldados para matar. Ambos os escritores não confiavam nas autoridades após a Primeira Guerra Mundial. Eles escreveram o roteiro em apenas seis semanas, embora nenhum deles tivesse experiência na indústria cinematográfica. Os planos de fundo do filme apresentam formas nítidas, mas retorcidas, e o filme é considerado um exemplo perfeito do cinema expressionista alemão. Os historiadores dizem que o filme é o primeiro verdadeiro filme de terror, e ele teve uma influência significativa sobre os filmes de terror e noir posteriores.