Blog de Criação de Roteiros
Publicado em por Rylee Beckett

Membro em Destaque: Anistetus Nonso Dike

Conheça Anistetus Nonso Dike, membro em destaque da SoCreate desta semana!

Nonso é um contador de histórias que cria palavras com a precisão de um atleta e o coração de um curador. Nascido na Nigéria, criado na África do Sul e agora criando no Canadá, sua jornada abrange culturas, ritmos e perspectivas.

Vivendo com anosmia congênita, Nonso aprendeu a vivenciar o mundo por meio de sentidos aguçados de som, visão e emoção. Seus roteiros misturam diálogos poéticos com histórias significativas, explorando temas de resiliência, conexão e experiência humana.

Leia a entrevista completa para descobrir seu processo criativo, como a SoCreate apoia seu estilo de contar histórias e as lições que ele traz do mundo dos esportes para a escrita de roteiros.

Membro em Destaque: Anistetus Nonso Dike

  • O que o inspirou a começar a escrever roteiros e como sua jornada evoluiu ao longo do tempo?

    Comecei a escrever para expressar o mundo inodoro em cores, ritmo e profundidade. Crescendo com anosmia congênita, tornei-me perfeitamente consciente de outros sentidos... especialmente do som. Fui atraído por contar histórias que pudessem despertar uma experiência sensorial além do físico… Com o tempo, minha jornada evoluiu pelas lentes do futsal e do bem-estar comunitário, usando a escrita como uma ponte entre movimento e significado. Agora, cada roteiro é um diálogo, um chamado e uma resposta entre o coração e o mundo.

  • Em que projeto você está trabalhando atualmente? O que mais te entusiasma nisso?

    Atualmente estou trabalhando em uma série de roteiros curtos e centrados no coração que exploram os valores humanos por meio de conversas simples entre um filho e um pai. Cada história usa metáforas esportivas, da natureza ou sensoriais, como “As Flores e o Sol”, “A Anosmia Congênita e a Percepção” ou “A Partida de Futsal e a Estratégia”. O que mais me entusiasma é como essas histórias oferecem lições universais através da intimidade e da simplicidade. São pontes entre pessoas, gerações e sentidos.

  • Você tem uma história favorita que escreveu, por quê?

    Sim, “A estrela do Anosmic Futsal”. Captura tudo o que adoro: o ritmo do movimento, o silêncio do foco e o som da união. É mais do que esporte; é sobre a vida ouvida através do sentimento. Costumo dizer: “Artes são esportes, som é movimento, cognição é física”, e este roteiro incorpora essa filosofia.

  • A SoCreate moldou a maneira como você escreve?

    Sim. A SoCreate torna o processo intuitivo e orgânico. A clareza visual que oferece me ajuda a focar mais na emoção e no fluxo, menos no formato. Respeita a dança entre pensamento e estrutura, o que combina com meu duplo amor pela criatividade e precisão.

  • Você tem rotinas, rituais ou hábitos específicos que o ajudam a permanecer criativo?

    Não exatamente em ordens específicas, mas todas as manhãs gosto de meditar, alongar-me com exercícios de futsal, mesmo que não esteja em quadra. Esse movimento ativa o pensamento. Também acendo uma vela ou incenso, não para sentir o cheiro, mas para marcar o momento de presença.

  • Como é o seu processo típico de escrita, do conceito ao rascunho final?

    Muitas vezes começa com uma faísca... um sentimento, um ritmo ou uma pergunta que uma criança pode fazer inocentemente. Esse momento se torna o pontapé inicial, como o início de uma partida de futsal. Imagino o diálogo como uma espécie de brincadeira… às vezes entre pais e filhos, outras vezes entre ideias e emoções. Elaboro cenas como mini-partidas, cheias de movimento, pausas e intenção. Tal como no futsal, o espaçamento e o tempo são importantes… então, faço storyboards de emoções na minha mente, coreografando o fluxo entre o silêncio e o som, a acção e a reflexão…

    Depois de moldar a narrativa, busco feedback... não apenas de colegas escritores, mas também de artistas, atletas e amigos jurídicos de confiança que me ajudam a unir o criativo ao prático, especialmente ao adaptar um roteiro para um filme. Meu processo é instintivo e estratégico, mesclando a espontaneidade do jogo com a disciplina da estrutura, porque seja na quadra ou na página, contar histórias é um esforço de equipe.

  • Como você lida com o bloqueio de escritor ou com os momentos em que é difícil encontrar inspiração?

    Eu não faço nada. Eu espero, e enquanto espero, eu jogo. Literalmente. Entro em uma quadra de futsal, faço ioga quente, como uma alimentação saudável ou danço ao som de batidas percussivas. O movimento desbloqueia o pensamento. Se não consigo me mover, me pergunto: o que essa história diria se não tivesse palavras? Isso geralmente me traz de volta.

  • Qual foi a parte mais desafiadora de sua jornada de escrita e como você a superou?

    Procrastinação e dúvida, às vezes. Especialmente quando atravesso o mundo artístico e atlético, questionei se poderia fazer justiça a ambos. Mas superei isso abraçando minha singularidade, não na tentativa de pertencer, mas em honrar o espaço onde realmente existo: na intersecção das artes, do esporte (futsal) e da alma.

  • O que você adora na SoCreate?

    Dá forma ao meu fluxo. Acolhe tanto o poético quanto o prático. A plataforma parece uma quadra de futsal vazia: aberta, estruturada, mas pronta para a criatividade.

  • Você recebeu algum prêmio ou elogio por seu roteiro?

    Ainda não formalmente, não gosto de escrever para receber elogios, mas saber que uma história desencadeou um movimento é meu elogio mais profundo até agora.

  • Qual é o seu objetivo final como roteirista?

    Para contar histórias que curam. Para criar filmes que não apenas entretenham, mas realinhem corações. Em última análise, fazer com que as crianças se sintam vistas, que os atletas se sintam poéticos e que o mundo se sinta conectado.

  • Que conselho você daria a outros roteiristas que desejam se conectar com uma plataforma ou comunidade como a SoCreate?

    Encontre o seu ritmo antes de encontrar o seu público. Em seguida, escolha uma comunidade que ouça não apenas suas palavras, mas também o batimento cardíaco por trás delas. A SoCreate faz isso.

  • Qual foi o melhor conselho sobre redação que você já recebeu e como isso moldou seu trabalho?

    “Escreva como se a pessoa que você mais ama um dia fosse lê-lo.” (risos) ou “Escreva com uma alegria insaciável e deixe a tinta curar e inspirar quem lê”.

    Este conselho me mantém honesto. Isso mantém meus roteiros generosos, inspiradores e objetivos.

  • Você pode contar um pouco sobre como você cresceu e de onde veio?

    Nasci na Nigéria e cresci na África do Sul, moldado pelas cores vibrantes, pelos ritmos profundos e pelo espírito resiliente de ambas as culturas. Estou permanentemente vivendo, trabalhando e criando no Canadá... uma terra onde o silêncio e a estrutura encontram a alma e a expressão. É aqui que continuo minha jornada como educadora de infância, treinadora de personagens de futsal e contadora de histórias.

    Sempre caminhei pela vida com uma bússola sem cheiro... vivendo com anosmia congênita. Nunca experimentei o sentido do olfato, mas nunca me senti perdido. Meu caminho foi guiado por algo mais profundo: um forte senso de justiça, alegria e admiração. Essa bússola interior conduziu-me através dos continentes e até às vidas dos jovens, das famílias da classe trabalhadora e das comunidades criativas que sirvo de coração.

    Academicamente, estudei psicologia durante três anos na Universidade de Ibadan, na Nigéria, enquanto praticava esportes semiprofissionais. Mais tarde, treinei em animação na Boston Media House em Sandton, África do Sul, e estudei Educação Infantil no Mohawk College, Canadá... adquirindo uma mentalidade observacional, de desenvolvimento, orientada para soluções e ferramentas inclusivas para capacitar os jovens através de programas artísticos e esportivos (futsal).

    Ao lado da educação e do desenvolvimento esportivo, escrever se tornou uma das minhas maiores ferramentas de impacto. Sou autor de alguns livros intitulados:  "Futsal Fun", um programa esportivo pós-escola elaborado como uma solução para a lacuna não supervisionada na dinâmica familiar, para pais da classe trabalhadora, estudantes-atletas e comunidades... E "The Anosmic Futsal Star", uma história de ficção sincera enraizada em experiências vividas, uma abordagem criativa para uma vida e treinamento com propósitos. Na plataforma SoCreate, também escrevo pequenos roteiros infantis que despertam reflexão e conexão. Algumas das minhas peças favoritas incluem:

    "Rainbow Nation", um inocente diálogo de contos de um minuto entre uma criança e um pai...

    Cada roteiro é um diálogo entre uma criança e um pai... histórias simples com temas profundos que abordam unidade, resiliência, realização e compaixão.

    Quer esteja a construir ligas de futsal, a criar programas extracurriculares, a escrever histórias ou a adaptar o meu livro para um filme, a minha missão permanece a mesma: construir pontes entre pessoas, culturas e sonhos, e ajudar cada jovem a sentir-se visto, valorizado e inspirado a prosperar.

  • Como sua formação ou experiência pessoal influenciou o tipo de história que você conta?

    Minhas histórias muitas vezes refletem a dualidade: movimento e quietude, som e silêncio, visto e invisível. Viver com anosmia congênita me fez explorar o que significa sentir profundamente além da superfície. Crescer em uma cultura esportiva e trabalhar com diversos programas juvenis e comunitários me ensinou que a verdadeira história muitas vezes está nas entrelinhas.

  • Como contar histórias pode construir uma comunidade?

    Acredito que as histórias não são apenas roteiros; são estratégias de empatia. Assim como o futsal, exigem trabalho em equipe, posicionamento e objetivo compartilhado. Quando feita com amor, contar histórias não apenas reflete o mundo... ela o repara!

Aqui estão links para alguns dos trabalhos de Nonso:

Diversão Futsal

A Estrela Anosmica do Futsal

Anosmia Congênita

Perto de Chukwu

Obrigado, Nonso, por compartilhar sua jornada e sua narrativa sincera conosco!

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